Estive
lembrando como eu sou uma pessoa tapada e que não perco as oportunidades de
passar vergonha nem em momentos que envolvem sexo. Então resolvi contar um
pouco sobre essas experiências em forma de episódios, pois imagino que outras
pessoas podem se identificar ou apenas se entreter com elas. Enjoy!
Eu não sei o seu nome
Eu estava me
arrumando para uma noite de balada com meus amigos e de fato aquela noite
prometia. Um de meus crushs supremos estaria por lá. Nós já havíamos conversado
algumas vezes e inclusive já tínhamos nos beijado. Aqueles lábios carnudos e
aqueles cachos negros conjuntos de uma barba crespa me faziam arrepiar, aquela
noite havia de ser o momento que ficaríamos mais íntimos.
— Vamos
arrasar por lá, Wesley! — Disse uma amiga enquanto nos arrumávamos em um mesmo
espelho de um quarto bagunçado.

Pegamos nossos primeiros drinks, era algo como vodka com energético sabor de maracujá (cada um com seu gosto, amores). Tomávamos um, dois, três ou quatro copos quase que simultaneamente enquanto dançávamos como se estivéssemos flutuando na pista de dança.
Dentre
aquelas reboladas e piruetas coreografadas com os amigos, consegui visualizar
do outro lado da pista entre a fumaça existente ali o tal crush supremo. Ele
estava lindo com aquele suéter preto combinado com seu chapéu de aba curta. Ele
também me viu. Trocamos olhares e ele saiu da pista de dança, sumindo dentre a
fumaça. Eu entendi o recado, então, me afastei de meus amigos e fui atrás dele.
Chegando na
cobertura da casa noturna, consegui identificar sua silhueta encostada na grade
da sacada enquanto fumava um cigarro. A vista dali é muito bonita. Pode-se
enxergar alguns prédios históricos conjuntos de prédios bem maiores e modernos,
cujo em meio a noite, aparentavam carregar estrelas.
Será que eu
já estava bêbado o suficiente para mostrar toda a confiança que só a bebida
pode me trazer? — Eu pensei. — Talvez eu realmente estivesse, ou simplesmente
acreditei na ideia de estar.
— Olá!
Sentiu saudades? — Eu disse enquanto acendia o meu cigarro.
— Oi,
Wesley! Você é sempre tão convencido, né? — Ele perguntou com uma risada leve,
porém sarcástica.
— Talvez...
— Respondi enquanto dava minha recorrente virada de olho. Eu utilizo essa
resposta quando não sei responder ou não quero dizer a verdade. A verdade é que
ele só conversou comigo das vezes em que eu estava bêbado, então ele não tinha
noção da pessoa tímida e sem confiança que realmente sou.
— Eu vim com
meus amigos. E você? Está acompanhado? — Perguntei esperando que, por mais que
estivesse, daria esperança de ficar comigo no fim da noite.
— Que legal!
Eu vim com meus amigos da faculdade. Estamos aproveitando o momento de folga
com o fim do período de provas. Gostaria de se juntar com a gente? — Quando ele
disse isso com um sorriso bem sincero em seu rosto eu senti que de fato eu
conseguiria concluir o meu objetivo da noite. Eu iria passar o resto da noite
com ele, e a partir do momento em que tornássemos mais íntimos poderíamos
começar a namorar e programar a nossa vida de casal.
— Eu
adoraria! Só preciso ficar mais um pouco com meus amigos, tudo bem? — Eu puxei
levemente o seu rosto com as minhas mãos e lhe dei um beijo na bochecha. Um
beijo suave no rosto é uma forma de ser difícil, porém demonstrando que há um
interesse. Funciona quase sempre.
— Tudo bem.
Nos vemos logo, gato! — Ele disse e deu uma piscada com o olho direito. Meu
coração disparou ao observar os seus olhos negros como o céu daquela noite.
Eu voltei
para a pista e mal chegando fui puxado pelos meus amigos com suas caras de
julgamento — eles sabiam o que provavelmente eu teria feito na ausência deles.
— Onde você
estava, Wesley? — Disse um de meus amigos sorrindo e gritando, porém quase não
conseguia ouvi-lo por conta da música alta.
— Lembra
daquele crush que te mostrei no fim de semana passado? — Também gritava para
que eles conseguissem ouvir, mas dentre a conversa, não parávamos de dançar.
— O cara dos
cachos? — Os rostos deles demonstravam surpresa.
— Siim! Ele
é lindo demais!
— Precisamos
comemorar! Vamos para o bar, gente! — Entre os meus amigos, tudo é motivo de
comemoração e quase toda comemoração envolve bebida.
Todos
compramos nossos shots de tequila. Olhávamos uns para os outros com um ar de concordância
com o que estava para vir. Contagem regressiva e...
— Viva a
nós! — Gritamos e tomamos com um gole só a bebida quente que havia naqueles
minis copos. As risadas e a musica começava a se misturar e esvaecer em minha
mente. Dançava e sentia meu corpo leve como se ali só houvesse meu espirito.
Minha visão estava se tornando cada vez mais fosca até que...
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Fui abrindo
lentamente os meus olhos, minha cabeça doía como se estivesse levando pontadas
dentro de meu cérebro. Ao abrir os olhos, a imagem que estava a minha frente
foi gradativamente ficando nítida e pude perceber uma porta com um pôster da
banda Paramore, eu estava no meu quarto. Havia várias roupas jogadas no chão — O
que aconteceu ontem à noite? Eu me perguntava. — Percebi que haviam mais peças
de roupas do que eu estava vestindo, quando de repente, senti uma mão macia
envolvendo a minha cintura.
Ótimo!
Apesar de não me lembrar de muita coisa, eu consegui meu objetivo. Estávamos
ali de corpos nus. Não pude imaginar que seria tão bom sentir seus braços em
cima de mim, então tirei sua mão de minha cintura e envolvi seu braço ao meu
redor. Fechei os meus olhos e só apreciei o momento por alguns minutos.
Quando abri
meus olhos novamente percebi que os seus óculos estavam em cima de minha
estante. Peraí! Os seus óculos? Não me recordo de que ele usava óculos. Eu
lentamente tirei seus braços de cima de mim e fui me virando lentamente para
vê-lo. — imagine o suspense desse momento — E quando me virei para o seu
rosto... Cadê os cachos? Ali haviam cabelos lisos e castanhos. O seu rosto
também não era lá um dos que costuma me atrair. Droga! Eu não acredito que além
de perder minha memória estava deitado com outra pessoa na cama e aliás... quem
era aquela pessoa?
Ele acordou,
abriu os seus olhos, me olhou com um sorriso no rosto e me beijou, enquanto eu
estava congelado com o choque que estava presenciando no momento.
— Você
dormiu bem? — Ele perguntou com uma voz de sono.
— Sim. Eu
acho que sim. Haha! — Eu respondi deixando evidente o meu desconforto. Será que
eu deveria falar para ele que não me lembro de nada ou fingir que me recordo de
tudo? — Você também dormiu bem?
— Sim, foi
ótimo dormir com você. — Essa resposta foi um soco em meu estomago.
— Que ótimo!
Haha! — Eu não consigo disfarças meus sentimentos, então eu começo agir de
forma muito estranha enquanto estou desconfortável. — Vamos vestir nossas
roupas e tomar um café? O que acha? Haha!
Depois
daquele evento constrangedor, estávamos vestidos sentados na mesa da minha
cozinha. Eu estava servindo o café da manhã enquanto bolava formas de tentar
descobrir o que aconteceu na noite anterior sem parecer um completo idiota.
— Então, a
noite de ontem foi ótima, né? Haha! — Eu disse esperando receber respostas.
— Sim! Nós
dançamos muito, aliás, você dançando é demais! — Ele disse expressando a sua
euforia.
Peguei
discretamente o meu celular para olhar as mensagens, e lá haviam mensagens de
apenas dois de meus amigos, questionando “Kd vc sua louca?” e “Wesley, onde
você se enfiou?”. O pensamento “Eu não deveria ter ficado tão louco” dominou a
minha cabeça.
Decidi ser
sincero para poupar ele e eu mesmo de tal calamidade que é omitir as coisas.
— Olha, não
me leve a mal, por favor! Mas, qual é o seu nome? Eu bebi muito ontem e não
consigo me recordar. — Franzi as minhas sobrancelhas mostrando que estava me
sentindo culpado pela situação.
— Meu nome é
Wagner. Eu entendo você! Também não me recordo de seu nome. Você se lembra de
como nos conhecemos ontem a noite? — Eu não sei se ele realmente havia
esquecido meu nome ou se sentiu no direito de mentir sobre isso para não parecer
que ficou para trás.
— Desculpa,
mas não me recordo de quase nada do que aconteceu. Só consigo ter alguns flashs
de memória em minha cabeça. Aliás, eu sou o Wesley. É um prazer conhecê-lo.
Haha!
— É uma pena
você não se lembrar, pois dos momentos que me lembro, sinto que foram
maravilhosos e adoraria repeti-los.
Bom, depois
do ocorrido o crush supremo não quis mais saber falar de mim e até hoje não
lembro o que de fato ocorreu naquela noite. Sobre o Wagner, após o café da
manhã, ele me fez recordar dos momentos que tivemos juntos naquela noite umas 2
ou 3 vezes. Só que nosso relacionamento não durou mais que dois fins de semana até
eu descobrir o babaca que ele era. A vida é cheia desses momentos aleatórios cujo
adoro ver como algo cômico.
Fico por
aqui e retorno com novas histórias do tipo. Prometo melhorar e praticar mais
minha escrita. Se gostou desse tipo de postagem me informem, preciso de um
respaldo, por favor! Até a próxima!
Por Wesley Belarmino